A nova estratégia de vendas de revistas da Editora Abril é um ensaio da revista Playboy com a funkeira Valesca dos Santos (conhecida como "Valesca Popozuda"). Numa das fotos, a cantora de funk posou nua sobre um pôster de Lula; em outra, sobre a bandeira brasileira, cobrindo com a bunda a inscrição "ordem e progresso".
Esse "ultraje" dos símbolos nacionais e da figura do Presidente da República foi "noticiado" (sim, até isso é tido como notícia!) pelo impoluto jornal O Dia, do Rio de Janeiro, e projetado nacionalmente pela Folha de S. Paulo, cuja "imparcialidade jornalística" (já que eles ainda falam nisso) está ao nível de Leão Lobo. A "matéria" da Folha, inocentemente, começa seu enredo se referindo àquilo "que [Valesca] chama de amizade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva". Leão Lobo que se cuide.
Mas, o mais interessante é a frase debochada que, segundo a Folha (e isso não nos dá garantia alguma), Valesca teria dito: "Quem sabe algum dia viro ministra da educação?"
Não duvido mesmo, de jeito nenhum. Dada a "mentalidade diarréica" (para lembrar a atualidade dos termos empregados por Hélio Oiticica no já longínquo e tão ontem-mesmo 1970) que reina entre nós - essa posição conformista do que Oiticica nomeava "convi-conivência" -, e sabendo que a bunda (difundida, imputada pelos argumentos dos "turistas" como o fetiche sexual brasileiro por excelência, e índice da "consciência" nacional) não é apenas fetiche sexual, mas também e desde sempre a via própria por onde saem os escrementos, não duvidemos das possibilidades dessa ministrável.
Caso a bazófia prospere (já que as "consciências" se deitam ao lema de "país da piada pronta"), deixemos algumas indicações à funkeira: a) inicie a carreira em São Paulo (onde há políticos de semelhante figura, tais como Aurélio Miguel, Agnaldo Timóteo [carioca-paulista], Soninha, Celso Russomano, Frank Aguiar [piauiense-paulista], Clodovil, etc.); b) filie-se a um desses partidos de "extrema-esquerda", como o Prona [Partido da Reedificação da Ordem Nacional - já que a bunda cobriu a ordem e o progresso], Partido Progressista [pois é... é o preço de cobrir o progresso com a bunda], Partido da República, etc.; c) critique o Kassab, o Serra e toda essa "corja" e depois assuma uma sub-prefeitura paulistana; d) deixe o resto com os eleitores e as indicações de ministério.
Se a "popozuda" não chegar a um dos ministérios de Brasília, poderá, sem mistério, atingir qualquer ministério religioso nessas adjacências de incriados.
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