Repórter – Estão dizendo que essa CPI [da Petrobrás] acaba em pizza temperada com pré-sal...
Lula – Meu... sabe, depende... todos eles são bons pizzaiolos.
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) – Ele vai continuar usando e abusando da sua popularidade. Ele não tem princípios. Ele é pior do que o pior dos generais que exerceram a ditadura nesse país.
Lula (em discurso em Alagoas) – Eu quero aqui fazer justiça ao comportamento do Senador [Fernando] Collor e do Senador Renan [Calheiros], que têm dado uma sustentação muito grande aos trabalhos do governo no Senado.
Paulo Duque (Senador do PMDB-RJ, eleito Presidente da CPI da Petrobrás) – Confesso, hoje, uma admiração por todos os senadores desta Casa, sem restrição!
Lula (em discurso em Alagoas) – Quando eu deixar de ser Presidente da República, eu vou comprar um short novo, vou bronzear as canelas (porque nós lá de São Paulo, temos as canelas brancas, né, lá do sul do país), e vou lá no lugar que eu vi que as pessoas ficam no meio do mar, sentadas numa cadeira, tomando água de coco com outras coisas... (confira esta e todas as frases anteriores, em vídeo do Uol-notícias de 18.07.2009).
Emir Sader (no artigo “Os riscos da volta da direita”, em 16.07.2009) – Não subestimar a oposição. Pode ser fatal e facilitar o retorno da direita. Contam com toda a mídia, direção ideológica da direita brasileira. [...] A direita pode ganhar [a eleição de 2010] e se reapropriar do Estado. O governo Lula terá sido um parêntesis, dissonante em muitos aspectos essenciais dos governos das elites dominantes, que retornarão. Ou pode ser uma ponte para sair definitivamente do modelo neoliberal, superar as heranças negativas que sobrevivem, consolidar o que de novo o governo construiu e avançar na construção de um Brasil para todos. (Cf. Blog do Emir)
Luís Nassif (no artigo “O último suspiro de Serra”, de 18.07.2009) – Entenda melhor o que está por trás dessa escalada de CPIs, escândalos e tapiocas da mídia. A candidatura José Serra naufragou. Seus eleitores ainda não sabem, seus aliados desconfiam, Serra está quase convencido, mas naufragou. [...] O que dá para prever é que essa guerra [em torno da eleição de 2010] poderá impor perdas para o governo; mas não haverá a menor possibilidade de Serra se beneficiar. Apenas consolidará a convicção de que, com ele presidente, se terá um país conflagrado. Dependendo da CPI da Petrobras, aguarde nos próximos meses uma virada gradual da mídia e de seus aliados em direção a Aécio. (Cf. no Blog do Nassif)
Vanessa Portugal (da executiva nacional do PSTU, em programa exibido na TV como Jornal do PSTU, em 16.07.2009) – É [as controvérsias entre governo e oposição] uma disputa entre iguais: tanto os partidos da oposição de direita e os do governo são marcados pela corrupção e governam para os ricos. É preciso unir os socialistas em uma frente, em 2010. Chamamos o PCB e o PSOL [excluído ficou o PCO] a vir construir essa unidade. Defendemos uma frente com um programa socialista contra a crise, sem receber dinheiro das empresas, e com os principais nomes de nossos partidos – Heloísa Helena do PSOL e Zé Maria do PSTU –, uma alternativa dos trabalhadores. ---- E em uma vinheta, Camila Lisboa, da Juventude do PSTU, conclui: O PSTU é diferente. É um partido que não está à venda. São 15 anos de luta com os trabalhadores, a classe operária e a juventude, em defesa do socialismo. (Cf. no Youtube)
Reinaldo Azevedo (revista Veja, em texto de 18.07.2008) - O financiamento da campanha de Correa pelas Farc era tido em muitos círculos como lenda, como exagero. Bem, o filme fala por si mesmo. Agora leiam o que vai abaixo [texto de Veja, de 16.03.2005]: Nos arquivos da Agência Brasileira de Inteligência em Brasília há um conjunto de documentos cujo conteúdo é explosivo. Os papéis, guardados no centro de documentação da Abin, mostram ligações das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) com militantes petistas. O principal documento nos arquivos foi datado de 25 de abril de 2002, está catalogado com o número 0095/3100 e recebeu a classificação de “secreto”. Em apenas uma folha e dividido em três parágrafos, esse documento informa que, no dia 13 de abril de 2002, um grupo de esquerdistas solidários com as Farc promoveu uma reunião político-festiva numa chácara nos arredores de Brasília. Na reunião, que teve a presença de cerca de trinta pessoas, durou mais de seis horas e acabou com um animado forró, o padre Olivério Medina, que atua como uma espécie de embaixador das Farc no Brasil, fez um anúncio pecuniário. Disse aos presentes que sua organização guerrilheira estava fazendo uma doação de 5 milhões de dólares para a campanha eleitoral de candidatos petistas de sua predileção. A notícia foi recebida com aplausos pela platéia. Faltavam então menos de seis meses para a eleição. Um agente da Abin, infiltrado na reunião, ouviu tudo, fez um informe a seus chefes, e assim chegou à Abin a primeira notícia de que as relações entre militantes esquerdistas, alguns deles petistas, e as Farc podem ter ultrapassado a mera simpatia ideológica e chegado ao pantanoso terreno financeiro. (Cf. na página de Veja)
Immanuel Walertein (professor da Universidade de Yale, EUA, no jornal Folha de S. Paulo, de 15.03.2009) – Chegamos a um momento em que nem os capitalistas prescientes, nem seus adversários (nós), estamos tentando preservar o sistema. Estamos ambos tentando estabelecer um sistema novo, mas é claro que temos ideias muito diferentes -na verdade, radicalmente opostas- quanto à natureza de tal sistema. [...]O que queremos de Obama não é transformação social. Ele não deseja nem é capaz de nos oferecer isso. Queremos dele medidas que minimizem a dor e o sofrimento da maioria das pessoas neste momento. Isso ele pode fazer, e é com relação a isso que a aplicação de pressões sobre ele pode fazer uma diferença. [...]O que a esquerda deve fazer? Promover a clareza intelectual em relação à escolha fundamental. Então organizar-se em mil níveis e de mil maneiras para empurrar as coisas na direção certa. A primeira coisa a fazer é incentivar a descomoditização, no maior grau que conseguirmos. A segunda é fazer experimentos com toda espécie de novas estruturas que façam mais sentido, em termos de justiça global e sanidade ecológica. E a terceira coisa que precisamos fazer é incentivar o otimismo realista. A vitória está muito longe de ser certa. Mas é possível. Resumindo, então: trabalhar no curto prazo para minimizar o sofrimento, e no médio prazo para assegurar que o novo sistema que vai emergir seja um sistema melhor, e não pior. Mas fazer este último sem triunfalismo e com a consciência de que a luta será tremendamente difícil. (Cf. no Blog do Mandato do Deputado Ivan Valente - PSOL/SP)
Creyto da Mutinga (para sua “mina”, em bar da zona norte de Osasco/SP, depois de ter andado lendo O que é isso companheiro?, de Fernando Gabeira): Qualeh, ceh tah de caoh pra cima de mim... (Cf. manifestação musical do problema)
Lula – Meu... sabe, depende... todos eles são bons pizzaiolos.
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) – Ele vai continuar usando e abusando da sua popularidade. Ele não tem princípios. Ele é pior do que o pior dos generais que exerceram a ditadura nesse país.
Lula (em discurso em Alagoas) – Eu quero aqui fazer justiça ao comportamento do Senador [Fernando] Collor e do Senador Renan [Calheiros], que têm dado uma sustentação muito grande aos trabalhos do governo no Senado.
Paulo Duque (Senador do PMDB-RJ, eleito Presidente da CPI da Petrobrás) – Confesso, hoje, uma admiração por todos os senadores desta Casa, sem restrição!
Lula (em discurso em Alagoas) – Quando eu deixar de ser Presidente da República, eu vou comprar um short novo, vou bronzear as canelas (porque nós lá de São Paulo, temos as canelas brancas, né, lá do sul do país), e vou lá no lugar que eu vi que as pessoas ficam no meio do mar, sentadas numa cadeira, tomando água de coco com outras coisas... (confira esta e todas as frases anteriores, em vídeo do Uol-notícias de 18.07.2009).
Emir Sader (no artigo “Os riscos da volta da direita”, em 16.07.2009) – Não subestimar a oposição. Pode ser fatal e facilitar o retorno da direita. Contam com toda a mídia, direção ideológica da direita brasileira. [...] A direita pode ganhar [a eleição de 2010] e se reapropriar do Estado. O governo Lula terá sido um parêntesis, dissonante em muitos aspectos essenciais dos governos das elites dominantes, que retornarão. Ou pode ser uma ponte para sair definitivamente do modelo neoliberal, superar as heranças negativas que sobrevivem, consolidar o que de novo o governo construiu e avançar na construção de um Brasil para todos. (Cf. Blog do Emir)
Luís Nassif (no artigo “O último suspiro de Serra”, de 18.07.2009) – Entenda melhor o que está por trás dessa escalada de CPIs, escândalos e tapiocas da mídia. A candidatura José Serra naufragou. Seus eleitores ainda não sabem, seus aliados desconfiam, Serra está quase convencido, mas naufragou. [...] O que dá para prever é que essa guerra [em torno da eleição de 2010] poderá impor perdas para o governo; mas não haverá a menor possibilidade de Serra se beneficiar. Apenas consolidará a convicção de que, com ele presidente, se terá um país conflagrado. Dependendo da CPI da Petrobras, aguarde nos próximos meses uma virada gradual da mídia e de seus aliados em direção a Aécio. (Cf. no Blog do Nassif)
Vanessa Portugal (da executiva nacional do PSTU, em programa exibido na TV como Jornal do PSTU, em 16.07.2009) – É [as controvérsias entre governo e oposição] uma disputa entre iguais: tanto os partidos da oposição de direita e os do governo são marcados pela corrupção e governam para os ricos. É preciso unir os socialistas em uma frente, em 2010. Chamamos o PCB e o PSOL [excluído ficou o PCO] a vir construir essa unidade. Defendemos uma frente com um programa socialista contra a crise, sem receber dinheiro das empresas, e com os principais nomes de nossos partidos – Heloísa Helena do PSOL e Zé Maria do PSTU –, uma alternativa dos trabalhadores. ---- E em uma vinheta, Camila Lisboa, da Juventude do PSTU, conclui: O PSTU é diferente. É um partido que não está à venda. São 15 anos de luta com os trabalhadores, a classe operária e a juventude, em defesa do socialismo. (Cf. no Youtube)
Reinaldo Azevedo (revista Veja, em texto de 18.07.2008) - O financiamento da campanha de Correa pelas Farc era tido em muitos círculos como lenda, como exagero. Bem, o filme fala por si mesmo. Agora leiam o que vai abaixo [texto de Veja, de 16.03.2005]: Nos arquivos da Agência Brasileira de Inteligência em Brasília há um conjunto de documentos cujo conteúdo é explosivo. Os papéis, guardados no centro de documentação da Abin, mostram ligações das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) com militantes petistas. O principal documento nos arquivos foi datado de 25 de abril de 2002, está catalogado com o número 0095/3100 e recebeu a classificação de “secreto”. Em apenas uma folha e dividido em três parágrafos, esse documento informa que, no dia 13 de abril de 2002, um grupo de esquerdistas solidários com as Farc promoveu uma reunião político-festiva numa chácara nos arredores de Brasília. Na reunião, que teve a presença de cerca de trinta pessoas, durou mais de seis horas e acabou com um animado forró, o padre Olivério Medina, que atua como uma espécie de embaixador das Farc no Brasil, fez um anúncio pecuniário. Disse aos presentes que sua organização guerrilheira estava fazendo uma doação de 5 milhões de dólares para a campanha eleitoral de candidatos petistas de sua predileção. A notícia foi recebida com aplausos pela platéia. Faltavam então menos de seis meses para a eleição. Um agente da Abin, infiltrado na reunião, ouviu tudo, fez um informe a seus chefes, e assim chegou à Abin a primeira notícia de que as relações entre militantes esquerdistas, alguns deles petistas, e as Farc podem ter ultrapassado a mera simpatia ideológica e chegado ao pantanoso terreno financeiro. (Cf. na página de Veja)
Immanuel Walertein (professor da Universidade de Yale, EUA, no jornal Folha de S. Paulo, de 15.03.2009) – Chegamos a um momento em que nem os capitalistas prescientes, nem seus adversários (nós), estamos tentando preservar o sistema. Estamos ambos tentando estabelecer um sistema novo, mas é claro que temos ideias muito diferentes -na verdade, radicalmente opostas- quanto à natureza de tal sistema. [...]O que queremos de Obama não é transformação social. Ele não deseja nem é capaz de nos oferecer isso. Queremos dele medidas que minimizem a dor e o sofrimento da maioria das pessoas neste momento. Isso ele pode fazer, e é com relação a isso que a aplicação de pressões sobre ele pode fazer uma diferença. [...]O que a esquerda deve fazer? Promover a clareza intelectual em relação à escolha fundamental. Então organizar-se em mil níveis e de mil maneiras para empurrar as coisas na direção certa. A primeira coisa a fazer é incentivar a descomoditização, no maior grau que conseguirmos. A segunda é fazer experimentos com toda espécie de novas estruturas que façam mais sentido, em termos de justiça global e sanidade ecológica. E a terceira coisa que precisamos fazer é incentivar o otimismo realista. A vitória está muito longe de ser certa. Mas é possível. Resumindo, então: trabalhar no curto prazo para minimizar o sofrimento, e no médio prazo para assegurar que o novo sistema que vai emergir seja um sistema melhor, e não pior. Mas fazer este último sem triunfalismo e com a consciência de que a luta será tremendamente difícil. (Cf. no Blog do Mandato do Deputado Ivan Valente - PSOL/SP)
Creyto da Mutinga (para sua “mina”, em bar da zona norte de Osasco/SP, depois de ter andado lendo O que é isso companheiro?, de Fernando Gabeira): Qualeh, ceh tah de caoh pra cima de mim... (Cf. manifestação musical do problema)
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* O título é o mesmo do livro de Hannah Arendt, publicado em 1951 e remete ao poema "Tempos sombrios", de Bertold Brecht.
- A imagem exibida com o texto foi apropriada do Blog Dança da Solidão.
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